Entra ou Sai

Janeiro 22, 2009

Água nos dá vida

Filed under: POESIA — carva55 @ 3:37 pm
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Água doce em bocas
Água salgada nas batatas
Água-pé nas castanhas.

Água perfumada para agradar
Água cristalina a espelhar
Água limpa a lavar para alindar.

Água gaseificada para as panças
Das fartanças
Aliviar.

Água mineral para descongestionar
Água sulfurosa para curar.

Água de beber
Para fazer viver.

Água nem sempre limpa porque os desleixos
Dos homens andam fora dos eixos.

Água de tanta forma!
Que a Natureza nos deu. Água nos dá vida!

Oh! Água que nos dás vida!

Disto muitos se esquecem
Te sujam
Te conspurcam.

Chegada a hora, ao morrerem secos, rachados pela sede, dementes
De muitas formas doentes
Vegetarão no pó. Sem forças, já nem irão poder
Pensar e por fim arrepender
Da tanta porcaria que produziram.

Novembro de 2005

Antídoto

Filed under: POESIA — carva55 @ 3:35 pm
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A poesia, é a área da literatura
Menos apoiada.
Por uns é vista
De revés, com desdém, por outros simplesmente ignorada.

Neste mundo de gente amorfa
Pelos escritos
Cor-de-rosa
Pelos ocos e insípidos
Programas
Das tvs. Alienados
Já não pensam. Têm medo de pensar
Que devem começar
A pensar.

A poesia tem o mesmo prazo de validade
Da Humanidade.

Haverá sempre alguém que resista!
Sempre alguém que diga não!
Sempre alguém que baterá o pé e levantará a mão
A este desprezo aniquilador
A este jeito castrador
E exterminador
A esta tentativa
De destruição.

Fevereiro de 2004

Pintor da treta

Sou um pintor da treta!

Do papel
Faço tela!

Da caneta
Faço pincel!

Pego em palavras
E pinto quadros
Impregnados
De flores
E cheiros.

Às vezes em farpas
Aguçadas
E setas
Envenenadas
À tela arrancadas
Ora à esquerda
Ora à direita
Lançadas
Cavalgam espinhosos cactos.

E o sangue
Viscoso escorre.

Às esquinas
Cães esfomeados.
Nas curvas
Vampiros
Engelhados
Esperam.

Aliados
Aos cobradores
De impostos
Começam a grande farra.
A pele
A carne
Nada escapa.

Pelas ossadas
Esperam já abutres
Coiotes
Hienas
E outras
Feras.

Novembro de 2003

Resultante

Filed under: POESIA — carva55 @ 3:29 pm
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Sou a resultante
Em mutação constante
Da soma vectorial dos discos que ouvi
Dos livros que li.

Das aventuras
E desventuras
Em tristezas e alegrias
Vividas.

Dos cheiros das cores
Das paisagens dos lugares
Por onde andei
Dos caminhos que palmilhei dos amores que amei.

Sou o que meu pai semeou
E geneticamente herdei
Mais tudo o que a vida me ensinou
E a cada instante assimilei.

Novembro de 2003

Trova,traça e arma

Filed under: POESIA — carva55 @ 3:28 pm
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Ora sou melodia
De trova
Que no vento emproada
Passa.

Ora sou traça
Que traça
Devoradora ameaça
E traça.

Ora sou arma
Feita palavra
Em boca
Que não cala.

Não cala nem quer calar
Quer é desabafar
Cantar
Traçar e falar.

Novembro de 2003

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